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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

167. GRANDE NAVEGADOR ALEIXO BELOV, QUE FEZ DUAS VOLTAS AO MUNDO, AMIGO DE FÁBIO.


Formado em Engenharia Civil, em 1967, pela Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia e fundador da Belov Engenharia LTDA, Aleixo Belov é mergulhador profissional e tem experiência em obras marítimas e fluviais, projetos, construção e recuperação de obras de acostagem, proteção, plataforma de concreto offshore para exploração de petróleo e combate à erosão costeira.Aleixo Belov é escritor e palestrante, e já integrou o corpo docente da Universidade Federal da Bahia como professor da disciplina de Portos.

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Depois de uma viagem de 18 meses no mar, Aleixo Belov é o primeiro brasileiro a dar três voltas ao mundo a bordo de um veleiro, barco construído por ele próprio no quintal de casa e batizado de Três Marias. Ele chegou em Salvador no 2 de março, para uma temporada em terra que ainda não tem data definida para acabar. Nessa entrevista ao iBahia, o engenheiro que ficou conhecido como Velejador Solitário fala das aventuras, dos sonhos, próximos planos e de como descobriu, na Bahia, a paixão pelo mar.
iBahia - Retornando de sua terceira volta ao mundo, quais são os seus novos planos?
Aleixo Belov - Acabei de chegar em Salvador, então é hora de reassumir o trabalho, a família, a engenharia, estou com o pensamento leve depois de dezoito meses no mar então chego para trabalhar. Fico envolvido com essas coisas até que chega um momento que vem um verme e rói o juízo me dizendo que é hora de voltar para o mar... a vontade chega sem aviso, sem pedir licença, de repente e, então, eu não consigo mais me segurar e tenho que navegar.
iBahia - Mas, depois da trilogia Em Busca do Oriente, Em Busca das Raízes e A Caminho de Casa, e ainda do livro de estréia, A Volta ao Mundo em Solitário,existem planos para uma próxima publicação? Aleixo Belov - Sim, claro. Fiz muitas anotações durante essa última volta ao mundo, tenho muito material guardado, coletei muitos dados em toda a viagem, registrei as belezas, o pensamento dos povos, e devo publicar um novo livro com essas coisas. E do mesmo jeito que a cada viagem eu aprendo um pouco mais de navegação, aprendo a me tornar um escritor um pouco melhor também...
iBahia - E dessa última viagem, o que tem de mais interessante para contar?
Aleixo Belov - Me surpreendi muito de ter voltado à Polinésia Francesa e ver que não sofreu tantas mudanças da década de 80 para cá, quando estive pela primeira vez. Ao contrário de outros lugares, que estão socialmente degradados pela interferência humana, pela poluição, a Polinésia é um lugar onde a beleza e a natureza foram preservadas. Mas, por outro lado, os costumes mudaram muito. A globalização fez com que as pessoas passem a invejar a vida e a sociedade moderna que elas conhecem através da mídia. Passam a querer ter carro novo, roupa bonita, emprego de um jeito e essascoisas. Elas não percebem o quanto é bom morar em uma casa de taipa, com ventilação natural, prefereriam ter casa de tijolo com ar-condicionado.Acredito que, no entanto, elas nem imaginam as dificuldades que se passam na civilização moderna, a gastrite que dá morar em uma cidade grande e ficam achando que é tudo uma maravilha. É a globalização, a sociedade de consumo tomando conta de tudo e o homem se enganando cada vez mais.
iBahia - E além de escrever e das tarefas do barco, o que mais você faz? Como é a sua rotina durante a viagem?
Aleixo Belov - Eu durmo e acordo de hora em hora, fico sempre em vigília. Durante o dia, é plantão direto. Regulo velas, leio muito, ouço muita música, escrevo e, sobretudo, observo muito o mar. O cenário, o movimento, as ondas, as nuvens, para mim, tudo faz parte de um filme sem fim, que não cansa nunca. O mar é como um camaleão eterno, uma hora tem mais onda, noutra mais vento. E tudo de graça: a natureza fornece o vento, eu só regulo a vela e deixo ele me levar, isso é maravilhoso...
iBahia - E como foi esse chamado do mar, que você diz ter escutado?
Aleixo Belov - Eu me sinto mesmo convocado pelo mar... não sei explicar, mas tem pessoas que dizem receber um chamado de Deus e seguem uma vida religiosa... eu senti dentro de mim um chamado, uma vontade incontrolável e me realizei indo para o mar. Hoje eu tô com 57 anos, fiz minha primeira viagem com 37, a segunda com 42 e não pretendo parar enquanto tiver esse chamado dentro de mim.
iBahia - Você sempre viajou sozinho e dessa vez levou seus filhos adolescentes. Como foi essa experiência?
Aleixo Belov - Ah, eu aproveitei as férias deles e passaram comigo 50 dias na Polinésia, 18 no Oriente e mais 35 na África. São duas meninas, uma com 16 e outra com 13 anos e mais um menino de 11 anos. Como conciliou com a época de férias, pude escolher o roteiro de modo a mostrar para eles os lugares mais bonitos da Terra. E na África ainda saímos do mar, eu aluguei um carro e mostrei para eles os desertos, a Costa do Esquilo, fizemos safáris, tudo isso com o objetivo de abrir os horizontes dos meninos. E tenho certeza, depois dessa viagem, eles jamais serão os mesmos.
iBahia - E em algum deles já desperta essa paixão pelo mar? Você vai incentivar se algum deles quiser ser velejador?
Aleixo Belov - Eles estão completamente doidos, estão deslumbrados com o planeta, e eu acho que então cumpri a missão de abrir os horizontes. A partir daí, é cada um por si. Eu não incentivo, eu só mostro como é o mundo e espero que eles tomem as próprias decisões, com os horizontes abertos.
* Aleixo Belov nasceu na Ucrânia mas vive no Brasil desde os 6 meses de idade. Ele é Mergulhador Profissional, Escritor e Professor de Portos pela Universidade Federal da Bahia e Universidade Católica do Salvador. Paraconhecer mais: http://www.aleixobelov.com.br/
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