Esquema: A Educação no Século XXI.
Abordagens do autor:
1.0. Amplitude e profundidade do olhar: a educação ontem, hoje e amanhã.
1.1. Somos realmente diferentes ou é uma ilusão que nos padroniza de outra maneira?
1.2. Se, somos diferentes, acabou-se a homogeneização?
1.3. A diversidade como projeto cultural e educativo.
1.4. A importância no futuro da educação, como desenvolvimento da participação e do envolvimento político dos cidadãos.
1.01 Dois olhares do campo educativo:
a) 1º Olhar: Imediato e próximo – analisar os problemas cotidianos;
b) 2º Olhar: Amplo e profundo – tem quatro idéias:
1ª Idéia: Recuperação sobre o processo de trabalho.
Objetivo: Fortalecer os professores e professoras, para aumentar sua auto- consideração.
Meios: Colaboração e participação de todos.
2ª Idéia: Questionar a legitimação do conhecimento e/ou discutir a pedagogia oficial que se comunica nas instituições educativas.
Meios: Ser sensível às tradições étnicas e culturais; analisar o fracasso e a exclusão educativa e social dessas minorias.
3ª Idéia: Importante papel da comunidade, como integrante do processo educativo.
Meios: Interrelação e participação de todos; não excluir ninguém do direito à educação, à liberdade e à felicidade.
4ª Idéia: Queda dos mitos da Escola Universal – o sistema educativo perde o poder, embora a educação continua poderosa e forte.
Meios: Encontrar novos componentes que legitimem o sistema educativo democrático.
1.02. Desafios da Educação do Século XXI:
a) Direito à diferença e à recusa da educação excludente;
b) Educação Ambiental, como mecanismo de preservação e melhoramento da natureza;
c) Educação política dos cidadãos, rumo à democracia;
d) Reformulação da função dos professores;
e) Alternativa das escolas, como espaço físico-educativo.
1.1. Somos realmente diferentes ou é uma ilusão que nos padroniza de outra maneira?
a) É imprescindível considerar, que cada um de nós é uma pessoa única. Todos são diferentes dos demais.
b) Assumir a diversidade supõe reconhecer o direito à diferença, como enriquecimento educativo e social.
c) Deve-se abordar com seriedade a reestruturação do processo educativo institucionalizado.
d) Integrar a diversidade, é favorecer a convivência de realidades plurais, de necessidades diferentes, que enriquecem a dinâmica da aula e da instituição.
1.2.0. Se somos diferentes, acabou-se a homogeneização?
Não acabou a homogeneização e o seu término tem obstáculos a enfrentar.
1.2.1 Obstáculos do término da homogeneização:
a) O desenvolvimento pedagógico da diversidade não nasce do nada, nem de um dia para o outro, nem por decreto.
b) Ações dos movimentos, das associações de professores; das revistas educativas e de propostas alternativas de coletividades.
c) Os debates sobre a homogeneização, condenando esta prática.
d) Reavaliar as escolas diferentes, para crianças diferentes.
e) Reavaliar o âmbito das aulas diferentes, para crianças diferentes.
f) Reavaliar os horários diferentes, para crianças diferentes.
g) Apresentar soluções concretas e não-tangíveis.
1.2.2 Consequências sociais da não-diversidade:
a) Racismo.
b) Xenofobia.
c) Intolerância.
d) Aumento do racismo introduzido pela pobreza e pela marginalização.
1.2.3 No futuro. Educar na diversidade, necessitará mudanças na educação. Contudo, estas mudanças têm duas frentes fundamentais:
a) Conseguir, pela educação institucionalizada, ajudar os alunos a crescerem e se desenvolverem como pessoas, facilitando-lhes a aquisição de habilidades básicas, do tipo cognoscitivo; autoconhecimento; autonomia pessoal e socialização.
b) Facilitar que, nas instituições educativas, tenham lugar e reconhecimento, todas as diferentes capacidades, ritmos de trabalho; expectativas; estilos cognoscitivos e de aprendizagem; motivações; etnias, valores culturais de todos os meninos, meninas e adolescentes.
1.2.4 Avaliações – exames prévios individuais dos trabalhos nas aulas; exames coletivos; avaliar o contexto:
a) Exames prévios individuais dos trabalhos; nas aulas; linguagem; atitudes; livros; comentários.
b) Exames prévios coletivos dos trabalhos: agremiação; trabalho em grupo; atividades conjuntas; comunicação; projetos; criação de grupos, para temas de diversidade, etc.
c) Exames sobre o contexto: Participação; grupos; familiares; relações sociais; tribos; publicidade; meios de comunicação, etc.
1.2.5. Aceitação da diversidade possibilita muitas e complexas implicações:
a) Facilitar a flexibilidade curricular.
b) Mudar a cultura da instituição e das estruturas educativas.
c) Superar a cultura do individualismo.
d) Estabelecer e favorecer relações pessoais, entre os professores; a comunidade e os alunos, criando espaços adequados à convivência, potencializando o ensino aprendizagem.
e) Analisar o cruzamento de culturas, que vivem na educação cotidiana de alunos e alunas.
f) Considerar a educação, como a possibilidade, de que todas as pessoas trabalham, segundo suas necessidades, desenvolvendo atividades abertas. Que geram auto-estima;
g) Considerar a diversidade, não como técnica pedagógica ou metodológica, mas como opção social, cultural, ética e política, que todos se dedicam à educação.
Conclusão: Importante mudar pessoas e contextos.
1.3.0 A diversidade, como projeto cultural e educativo:
a) A diversidade que a educação pretende atender, não pode ser estabelecida, em termos abstratos e sim, uma análise da realidade social atual.
b) Análises específicas da realidade educativa e social, devem compartilhar experiências humanas, possibilitando o aprendizado dos demais e respeitar os alunos , com suas características específicas e compensar as diferenças discriminatórias.
c) Equilibrar os princípios compartilhados, os trabalhos em conjunto e as análises específicas.
d) Assumir a diversidade, em termos técnicos e ideológicos, questionando `` o quê; `` o porquê´´ e ´´como´´, em função da vontade, de mundança e transformação.
porquê`` e ´´como´´, em função da vontade de mudança e transformação.
1.4.0 A importância no futuro da educação, como desenvolvimento da participação e do envolvimento político dos cidadãos.
1.4.1 Desafios, que a educação propõe ao Século XXI;
- Como participar da educação do cidadão democrático?
- Como envolver ideologicamente a comunidade, no processo educativo?
Existe a importância de recuperar uma pedagogia da pergunta e, não só da resposta, favorecendo o diálogo, do que o monólogo.
1.4.2 Imperativos da educação, provenientes da condição pós-moderna e da modernidade:
a) Um meio social baseado na informação e nas comunicações.
b) A tendência a que tudo seja planejado.
c) Uma situação de crise, em relação ao que se deve ensinar ou aprender e, em um mundo que se deleita na incerteza e no discurso da mudança vertiginosa.
d) O novo papel dos professores e de toda pessoa que se dedique a qualquer atividade educativa, enfocando, nem tanto como fornecedor de saber, mas como gestor de aprendizagem.
e) Novas estruturas que aparecem e desaparecem constantemente;
f) Maiores diferenças contextuais.
g) A globalização ou a corporação global.
h) A noção de pensamento único, que é a tradução, em termos ideológicos e com pretensão, em termos ideológicos e com pretensão universal, dos interesses, de um conjunto de forças econômicas, em particular, as do capital internacional. O pensamento único desenvolve a idéia, de que, não há alternativa possível, para a realidade atual. Dessa forma, a existência na sociedade capitalista neoliberal, no âmbito mundial de um único espírito e uma única organização econômica-social, provoca um darwinismo, que afetaria o criador do conceito: só o pensamento está autorizado, por uma invisível e onipresente política da opinião (Remonet, 1996).
1.4.3. Os imperativos acima exigem questionamentos à educação e referem-se predominantemente às novas demandas excessivas aos professores, à instituição escolar e à uma nova concepção do trabalho educativo.
a) A análise da absolescência dos processos, dos materiais e das ferramentas de aprendizagem existentes.
b) O diagnóstico de novas necessidades dos alunos.
c) A busca de novas motivações dos alunos, para a aprendizagem.
d) A grande influência do meio-social na aprendizagem.
e) A busca de novos métodos.
f) A gestão coletiva da aprendizagem, para levar em conta, os problemas e as soluções, para a organização do processo.
g) A utilização de meios tecnológicos, além da primazia da técnica.
h) O conhecimento das especificidades e das adaptações culturais e lingüísticas.
i) A formação permanente por parte intrínseca da profissão de educar e como compromisso na aprendizagem, durante toda a vida.
j) O respeito e a atenção às culturas específicas.
k) A importância do sistema relacional e da colaboração, nas relações educativas.
l) A importância das necessidades das pessoas (além da escolaridade e da própria formação permanente).
1.4.4. Contexto sócio-político e educativo terá lugar no processo educacional, no Século XXI.
a) O cidadão médio, de países desenvolvidos, ocupa, no ano 2005, dez por cento (10%) de seu tempo de trabalho; dez por cento (10%) de seu tempo livre e dez por cento (10%) de sua receita, em formação contínua.
b) Os alunos adultos têm em média de idade superior à atual, em razão do âmbito demográfico e da extensão do período de vida ativa. Isso significa ter uma maior experiência vital, com um nível mais alto de formação básica e maior antecedentes na organização de seus próprios processos de aprendizagem.
c) As identidades regionais e os perfis das necessidades específicas de aprendizagem serão incrementadas.
d) O rápido desenvolvimento e a produção maciça de micro-tecnologias suporá uma progressiva descentralização de estruturas, em todos os níveis.
e) A especialização das destrezas e os requisitos de trabalho, serão incrementados, assim, como a individualização dos interesses.
f) O desenvolvimento tecnológico afetará quase todas as áreas da vida e todos os membros as comunidade. A formação irá apoiar-se fundamentalmente, na tecnologia;
g) A mobilidade continuará aumentando, mas aumentará mais a mobilidade eletrônica, do que a física.
h) o único elemento realmente constante do futuro, será a mudança, não os estados imutáveis. O incremento contínuo do conhecimento (já se fala de uma economia baseada no conhecimento e, inclusive, de infra-estrutura inteligentes) e a qualificação, serão as ferramentas-chaves dos cidadãos, para o futuro, para evitar uma democracia vigiada, pelos grandes poderes mediadores.
1.4.5. Os princípios da modernidade , que nos quais fomos socializados, já estão em crise há muito. Temos que analisar quais recuperarmos e quais abandonarmos. Estes princípios apreciados na educação, segundo Berguer, em 1992, são:
a) A abstração, como modelo de pensamento.
b) O futuro como estrutura temporal.
c) A liberação como ideal.
d) A utopia da razão instrumental.
e) A secularização do sistema social, segundo Giddens, em 1998.
1.4.6. Será preciso resistir à privatização, exigindo uma maior regularização, para que as políticas educativas – sejam políticas do espaço, do público (tarefa do governo dos Estados) necessários para:
a) Preservar a competitividade econômica, quando está ameaçada por monopólios.
b) Controlar os monopólios naturais. Algumas indústrias só podem trabalhar eficientemente, como monopólios.
c) Criar e manter a base institucional dos mercados. Todos os mercados dependem de uma rica acumulação de capital, não-econômico, para seu bom funcionamento.
d) Afastar bens públicos, políticos ou culturais, da indesejável intrusão do mercado. Compromisso profissional, serviço altruísta, sentimento comunitário e obrigação moral, frente aos bens não-econômicos, que necessitam ser protegidos.
e) Propor objetivos a médio e longo prazos.
f) Protegem as condições físicas e contratuais dos trabalhadores, já que não são um produto a mais e, a sociedade não se deve permitir, que sejam tratados assim.
g) Reagir e responder às catástrofes, incluindo os efeitos das catástrofes produzidas pelos mercados.
1.4.7. A educação deverá introduzir novas linguagens, no processo educativo, além da leitura e da escrita.
O conhecimento circulará, por meio de outros códigos e não só pelo informático e pelo áudio-visual.
De frente para os tempos , que se aproximam, tem a realizar uma análise, sobre as diferentes formas de desigualdade e de opressão, tanto na escola, como na sociedade.
É necessário recolocar a histórica militância pedagógica, para a inovação e a ação solidária, para desenvolver uma nova cultura democrática educativa alternativa.
Importante recuperar o espírito de renovação, de nossos livres pensadores, do começo do Século XX.
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