Diacronia.
Além das variações regionais, mesmo o latim de Roma não foi uma língua sempre igual a si mesma, apresentando fortes diferenças diacrônicas e sociolinguísticas. Do ponto de vista diacrônico, deve-se distinguir:[1][2]
- latim pré-literário, a língua das inscrições (do século VII a.C. ao século II a.C., ).
- latim arcaico, a partir das origens da literatura, no século III, até o final do século II a.C., c. 106 a.C.. A literatura faz sua aparição, sob influência grega, c. 250 a.C.. Nesse período é feita a tradução da Odisséia por Lívio Andrônico (240 a.C..). Destacam-se também o dramaturgo Plauto e Terêncio. A ortografia, porém, ainda não está padronizada.
- latim clássico é o latim do final do século I a.C. até c. 14 d.C, o período de Augusto, que corresponde à idade de ouro da literatura latina, destacando-se Ovídio, Cícero, Virgílio, Horácio e Tito Lívio, entre outros.
- Idade de prata, de 14 d.C a cerca de 120 d.C;
- latim imperial, até o século II d.C.. Autores como Sêneca, Lucano, Petrônio, Quintiliano, Estácio, Juvenal, Suetônio, que viveram entre os séculos I e II, apesar das diferenças estilísticas, mantiveram em geral invariante a língua literária clássica. No século II, surge, de um lado, uma moda cultural literária de recuperar os modelos clássicos do período de Augusto; de outro, com autores como Apuleio, começa a adquirir maior importância o latim vulgar, a língua falada que será a base das línguas modernas derivadas do latim - as línguas neolatinas.
- latim tardio, incluindo o período patrístico, do século II ao século V, época da publicação da Vulgata de São Jerônimo, das obras de Santo Agostinho e de Boécio. No período imperial tardio, ao lado de autores mais ligados à tradição clássica, como Ausônio e Claudiano, emergiram as grandes figuras dos Padres da Igreja como Tertuliano, Ambrósio, Girolamo e, sobretudo, Agostinho de Hipona. No século IV viveu também um dos maiores historiadores latinos (embora de origem greco-síria): Amiano Marcelino.
- latim medieval, do século VI ao século XIV, período de surgimento das línguas românicas.
- latim renascentista, do século XIV ao XVII.
- Neolatim (ou latim científico), do século XVII ao século XIX.
Embora a literatura romana sobrevivente seja composta quase inteiramente de obras em latim clássico, a língua falada no Império Romano do Ocidente na Antiguidade tardia (200 a 600 d.C)[2] era o latim vulgar, que diferia do primeiro em sua gramática, vocabulário e pronúncia.
O latim manteve-se por muito tempo como a língua jurídica e governamental do Império Romano, mas, com o tempo, o grego passou a predominar entre os membros da elite culta romana, já que grande parte da literatura e da filosofia estudada pela classe alta havia sido produzida por autores gregos, em geral atenienses. Na metade oriental do Império, que viria a tornar-se o Império Bizantino, o grego terminou por suplantar o latim como idioma governamental e era a língua franca da maioria dos cidadãos orientais, de todas as classes.
Após a sua transformação nas línguas românicas, o latim continuou a fornecer um repertório de termos para muitos campos semânticos, especialmente culturais e técnicos, para uma ampla variedade de línguas.
REFERÊNCIA:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim#Diacronia
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